Carcinoma Basocelular: O Câncer de Pele Mais Comum (e que Não Deve Ser Ignorado)

Carcinoma Basocelular: O Câncer de Pele Mais Comum (e que Não Deve Ser Ignorado)

O carcinoma basocelular, também chamado de CBC, é o tipo mais frequente de câncer de pele. Ele responde por mais de 70% dos casos de câncer cutâneo no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Apesar de ter crescimento lento e baixo risco de metástase, não deve ser subestimado: quando não tratado adequadamente, pode causar deformidades e comprometer estruturas importantes da face ou do corpo.

Neste artigo, você vai entender o que é o carcinoma basocelular, como identificá-lo, o que causa, como é feito o tratamento e por que o diagnóstico precoce faz toda a diferença.

O Que É o Carcinoma Basocelular?

O carcinoma basocelular é um tipo de câncer de pele que se origina das células basais, localizadas na camada mais profunda da epiderme. Essas células têm função regenerativa e, por isso, quando sofrem mutações — principalmente por exposição solar —, podem se multiplicar descontroladamente.

Apesar de ser classificado como um câncer não melanoma, ele exige atenção. O CBC raramente dá metástase (espalha para outros órgãos), mas pode invadir tecidos vizinhos, como cartilagem, músculo e até osso, se não for tratado a tempo.

Quais São os Sintomas do Carcinoma Basocelular?

O carcinoma basocelular costuma aparecer como uma lesão de crescimento lento, geralmente em áreas do corpo expostas ao sol, como rosto, orelhas, couro cabeludo, pescoço, colo e braços. Os sinais mais comuns incluem:

  • Ferida que não cicatriza e sangra com facilidade;
  • Nódulo perolado, brilhante ou rosado;
  • Mancha avermelhada com bordas bem definidas;
  • Lesão que forma crosta e volta a sangrar;
  • Cicatriz esbranquiçada, com perda de relevo da pele.

É comum que a lesão não cause dor inicialmente, o que leva muitas pessoas a ignorá-la por meses ou até anos. O problema é que, com o tempo, ela pode se aprofundar e causar danos permanentes.

Quais São os Fatores de Risco?

O principal fator de risco para o carcinoma basocelular é a exposição solar crônica ao longo da vida, especialmente em pessoas com pele clara. Mas há outros fatores importantes:

  • Histórico de queimaduras solares na infância;
  • Trabalhar ou se expor frequentemente ao sol sem proteção;
  • Ter mais de 50 anos;
  • Uso de câmaras de bronzeamento (bronzeamento artificial);
  • História familiar de câncer de pele;
  • Uso de imunossupressores (transplantes, doenças autoimunes);
  • Exposição a arsênio, radiação ionizante ou outras substâncias químicas.

Pessoas com síndromes genéticas raras, como a síndrome do nevo basocelular, também têm risco aumentado.

Como É Feito o Diagnóstico do Carcinoma Basocelular?

O diagnóstico começa com a avaliação clínica feita por um dermatologista experiente. O uso do dermatoscópio ajuda a identificar padrões suspeitos na lesão.

O passo seguinte pode ser a biópsia de pele, que retira uma pequena amostra da lesão para análise em laboratório. Esse exame confirma o tipo de câncer e ajuda a planejar o melhor tratamento.

O Carcinoma Basocelular Tem Cura?

Sim. Quando diagnosticado precocemente, o carcinoma basocelular tem altíssimas taxas de cura — acima de 95% na maioria dos casos.

O tratamento adequado impede que a lesão cresça, cause deformidades ou comprometa tecidos profundos. Quanto antes for tratado, mais simples e eficaz é a abordagem.

Como É o Tratamento do Carcinoma Basocelular?

O tratamento depende do tamanho, localização, tipo histológico da lesão e das condições de saúde do paciente. As opções incluem:

  1. Cirurgia Dermatológica: Remoção da lesão com margens histológicas de 4–6 mm.
  2. Cirurgia Micrográfica de Mohs: Técnica de precisão que remove o tumor, analisando em tempo real, com exame histopatológico no centro cirúrgico, as bordas da peça cirúrgica para aumentar as chances de garantir margens sem neoplasia. Indicada para áreas de alto risco, recidivas ou tumores localizados em zonas críticas (face, orelhas, etc.)
  3. Eletrocoagulação e Curetagem: Procedimento rápido ideal para tumores pequenos e de baixo risco, especialmente em áreas não esteticamente sensíveis. Alto índice de recidiva do tumor em lesões faciais.
  4. Crioterapia: Congelamento com nitrogênio líquido. Considerada entre os tratamentos superficiais, indicada para lesões muito pequenas em pacientes com contraindicações cirúrgicas.
  5. Terapia Fotodinâmica: Tratamento com substância fotossensível e luz especial. Aplica-se principalmente em CBC superficiais e de baixo risco, sendo reconhecida como opção em diretrizes.
  6. Tratamentos Tópicos: Pomadas como imiquimode ou 5-FU, para CBC superficiais ou como adjuvantes, fora da face. As diretrizes citam seu uso com monitoramento clínico cuidadoso.
  7. Terapias Sistêmicas: Medicamentos orais (Vismodegibe, Sonidegibe), indicados para CBC localmente avançados ou metastáticos, quando a cirurgia e radioterapia não são viáveis.

A cirurgia tradicional e a Mohs são os primeiros recursos recomendados, com taxas de cura acima de 95%.

O Que Acontece Se Não Tratar?

Ignorar um carcinoma basocelular pode trazer sérias consequências.

A lesão pode crescer e invadir cartilagens, nervos e ossos. Em casos avançados, pode haver ulceração, dor e sangramento constante. Além disso, quanto maior a lesão, mais complexa será a cirurgia e maior o risco de sequelas estéticas e funcionais.

Como Prevenir o Carcinoma Basocelular?

A principal forma de prevenção é proteger a pele da radiação ultravioleta:

  • Use protetor solar todos os dias, com FPS 30 ou mais;
  • Reaplique o filtro solar a cada 2 horas;
  • Evite exposição solar direta entre 10h e 16h;
  • Use chapéus, óculos escuros e roupas com proteção UV;
  • Faça acompanhamento dermatológico regular.

Conclusão

O carcinoma basocelular é o câncer de pele mais comum, mas também um dos mais tratáveis — desde que diagnosticado cedo.

Observar a pele, não ignorar sinais que não cicatrizam e buscar ajuda médica são atitudes simples que podem evitar complicações maiores.

Se você percebeu uma mancha, ferida ou nódulo estranho na pele, procure um dermatologista. A avaliação precoce é a melhor forma de cuidar da sua saúde e manter a beleza natural da pele com segurança.

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Dra Marcia Costa, CRM-PR: 20322 - CRM-SC: 16180